Sinopse:
Eu ainda poderia jurar que, por ilusão da minha cabeça naquele último dia ainda acontecesse algo que pudesse deixar uma marca especial naquela viagem que eu sempre sonhei, naquele último dia em Londres, a cidade dos sonhos. Eu já havia perdido as esperanças, até que um casal me pediu para bater uma foto deles juntos.
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Chapter single
Já eram pouco mais das 13:00 horas no meu relógio de pulso e eu respirei fundo por chegar a conclusão de que aquele dia estava passando incrivelmente rápido demais. Olhei para a linda vista do Big Ben à minha frente e sorri ao me lembrar que há exatamente três meses eu estava pulando e gritando de alegria quando os meus pais me deram a passagem para Londres de presente de aniversário, me lembro do primeiro Starbucks que eu entrei, quando eu fui na primeira vez na London Eye e quase chorei de medo. É, digamos que o tempo se passou um pouco rápido demais e que mesmo hoje sendo o meu último dia na cidade mais perfeita do mundo eu tenho certeza de que as lembranças não se apagariam tão fácil da minha cabeça. Seriam memórias e tanto, como seriam.
Você deve estar pensando que tudo que eu vivi aqui foram altas aventuras, paixões e tudo o mais, mas não, realmente não aconteceu esse tipo de coisa, e sim pequenos episódios como realizar sonhos antigos de passar três meses em Londres em um apartamento super legal que os meus pais alugaram só para mim, tomar um Starbucks, tirar foto em uma cabine de telephone e dos diversos pontos turísticos e me divertir realizando um dos meus maiores sonhos. Confesso que quando eu cheguei aqui eu realmente carreguei a possibilidade de que eu faria muitas amizades inesquecíveis, sairia e me divertiria, mas depois de uns tempos pra cá eu tinha perdido totalmente as esperanças. Talvez eu estivesse um pouco decepcionada, ou talvez não, não sei exatamente, mas podemos dizer que eu queria que algo deste tipo acontecesse, não exatamente como eu achava, mas conhecer alguém especial poderia ser bom. Ou não?
Olhei pela milésima vez hoje a tela do meu celular com os números grandes que agora marcavam 13:15 minutos, já fazia uns trinta minutos que eu estava olhando aquela vista única extremamente bela e inutilmente relembrando tudo o que eu havia vivido, até mesmo ainda naquela ridícula esperança de que algo de melhor acontecesse naquele último dia.
- Olá, pode tirar uma foto nossa por favor? - uma voz rouca falou perto a mim, fazendo-me sair dos meus devaneios.
- Claro. - sorri assim que me virei vendo um garoto sorridente com uma câmera nas mãos.
Observei ele andar em passos largos até uma garota perto dali e juntar-se a ela, que pousou sorrindo para que eu tirasse a foto. Sem hesitar, posicionei a câmera em um anglo em que pegasse todo o corpo dos dois e a paisagem atrás, em seguida apertando o botão e tirando duas fotos, uma em posição horizontal e outra vertical, na qual realmente haviam ficado de fato muito boas.
- Muito obrigado. - o garoto falou sorrindo mostrando suas covinhas e eu entreguei-lhe a máquina observando-o olhar as fotos logo depois. - Ficaram ótimas,você fotografa muito bem.
- Não a de quê, obrigada. - sorri timidamente.
- Ei Styles, eu vou comer alguma coisa e ir para casa, você vem agora? - a garota que o acompanhava falou um pouco longe de nós.
- Pode ir, vou ficar mais um pouco. - ele gritou de volta e eu observei a garota linda de dar inveja dar as costas e sair andando.
- Turistas? - perguntei assim que ele voltou a atenção para mim.
- Não, não. - sorriu. - Eu e minha irmã somos de Holmes Chapel, mas nos mudamos para cá a pouco tempo.
- Ah sim. - sorri sem graça.
- Mas você não parece ser daqui.
- Sim, sou brasileira, estou aqui à três meses. Volto hoje mesmo. - falei e rapidamente o meu sorriso sumiu por lembrar daquele fato e também por talvez ter falado algo que possivelmente não se tornaria interessante para ele.
- Nossa, já? - disse guardando a câmera.
- Pois é, gostei muito daqui. - falei me virando para encarar novamente a bela vista do Big Ben.
- É realmente uma das cidades mais lindas. - tornou a olhar na mesma direção que eu.
Ficamos um tempo apenas observando tudo que acontecia naquele lugar, quando ele decidiu quebrar o silêncio que estava se tornando um pouco incômodo.
- Então, eu nem perguntei o seu nome. - falou me lembrando de que nós nem tínhamos nos apresentado.
- Me chamo (S/N).
- Prazer, Harry. - sorriu estendendo a mão, que não demorou muito para ser cumprimentada pela minha. - Então, como é morar no Brasil?
- Bem, normal. - dei de ombros. - Tem vontade de ir lá algum dia?
- Quem sabe. - torceu o beiço. - Você poderia me falar mais do Brasil enquanto tomamos sorvete, o que acha?
O encarei vendo um sorriso no canto dos seus lábios e fiquei pensando na resposta por alguns segundos e resolvi que seria aquela, talvez porque eu quisesse ou por eu achar ridicularmente falta de educação dizer um não.
- Tudo bem. - assenti sorrindo fraco.
O tempo agora estava passando rápido, até um pouco demais, o que me entristeceu um pouco mais. Eu e o Harry fomos a sorveteria e eu descobri que ele era gente boa, ria muito, de vez em quando fazia algumas palhaçadas e me fazia rir como nunca mais eu tinha rido. Descobri também que ele tinha a minha idade, adorava cantar e estava até pensando em fazer uma banda com os amigos, no qual ele até me mostrou algumas fotos. Talvez nós já nos conhecíamos demais para dois estranhos, quer dizer, acho que não somos mais estranhos, mas quem sabe "conhecidos"? É, acho que essa pode ser a palavra certa, pelo menos até agora.
- Caramba, os Beatles são realmente bons. - falei após escutar umas das músicas da banda.
- Você nunca tinha escutado? - perguntou pegando um pouco de pipoca do pequeno saquinho em minha mão.
- Já tinha ouvido falar, mas nunca me interessei muito.
- Ta vendo? Já temos mais mais uma coisa em comum.
- Menos esse seu apetite. - falei assim que Harry enfiou novamente a mão no saquinho, pegando mais pipocas do que antes.
- Estou em fase de crescimento, tenho que me alimentar. - sorriu com a boca cheia.
- Cuidado para não engordar hein. - disse jogando um pipoca em seu rosto.
- Eu, engordar? Difícil hein.
- É melhor, porque você já é gordo, ficar mais ainda ninguém merece né. - falei jogando outra pipoca, desta vez em seu pescoço.
- Que desperdício. - Harry disse jogando uma pipoca em mim.
- Digo o mesmo. - revirei os olhos sorrindo de sua cara.
- Vamos fazer o que agora?
Olhei para o o meu celular vendo que já eram infelizmente 18:00.
- Bem, normal. - dei de ombros. - Tem vontade de ir lá algum dia?
- Quem sabe. - torceu o beiço. - Você poderia me falar mais do Brasil enquanto tomamos sorvete, o que acha?
O encarei vendo um sorriso no canto dos seus lábios e fiquei pensando na resposta por alguns segundos e resolvi que seria aquela, talvez porque eu quisesse ou por eu achar ridicularmente falta de educação dizer um não.
- Tudo bem. - assenti sorrindo fraco.
O tempo agora estava passando rápido, até um pouco demais, o que me entristeceu um pouco mais. Eu e o Harry fomos a sorveteria e eu descobri que ele era gente boa, ria muito, de vez em quando fazia algumas palhaçadas e me fazia rir como nunca mais eu tinha rido. Descobri também que ele tinha a minha idade, adorava cantar e estava até pensando em fazer uma banda com os amigos, no qual ele até me mostrou algumas fotos. Talvez nós já nos conhecíamos demais para dois estranhos, quer dizer, acho que não somos mais estranhos, mas quem sabe "conhecidos"? É, acho que essa pode ser a palavra certa, pelo menos até agora.
- Caramba, os Beatles são realmente bons. - falei após escutar umas das músicas da banda.
- Você nunca tinha escutado? - perguntou pegando um pouco de pipoca do pequeno saquinho em minha mão.
- Já tinha ouvido falar, mas nunca me interessei muito.
- Ta vendo? Já temos mais mais uma coisa em comum.
- Menos esse seu apetite. - falei assim que Harry enfiou novamente a mão no saquinho, pegando mais pipocas do que antes.
- Estou em fase de crescimento, tenho que me alimentar. - sorriu com a boca cheia.
- Cuidado para não engordar hein. - disse jogando um pipoca em seu rosto.
- Eu, engordar? Difícil hein.
- É melhor, porque você já é gordo, ficar mais ainda ninguém merece né. - falei jogando outra pipoca, desta vez em seu pescoço.
- Que desperdício. - Harry disse jogando uma pipoca em mim.
- Digo o mesmo. - revirei os olhos sorrindo de sua cara.
- Vamos fazer o que agora?
Olhei para o o meu celular vendo que já eram infelizmente 18:00.
- Podemos ir ao lugar de antes, que tal?
- Por mim tudo bem. - deu de ombros sorrindo.
Não andamos muito para chegar ao lugar de início, onde nos conhecemos e a vista do Big Ben ficava muito mais linda à noite. Não havia tanto movimento por ali, alguns casais passeando de mãos dadas por ali e de vez em quando dando alguns beijos, outros que sentados nos bancos dividiam um sorvete e algumas crianças que brincavam por ali enquanto os pais as olhavam e sorriam felizes. Tornei a observar aquelas cenas por alguns instantes e suspirei virando-me e seguindo o olhar de Harry que findou em encarar a vista na nossa frente como de manhã. Abaixei a cabeça encarando a água escura sendo apenas iluminadas por luzes que brilhavam naquela noite.
Pois é, minhas malas arrumadas desde o dia anterior, último dia na cidade dos meus sonhos, último dia que de um certo modo ficará brilhando um pouco mais forte do que as outras lembranças, simplesmente pelo fato de em um dos últimos momentos eu resolver passear para me despedir de Londres às 13:00 horas e pouco tempo depois me ver conversando com um garoto que me pediu para apenas bater uma foto. Nós saímos, nós divertimos e agora sabemos o bastante para dois desconhecidos, no último dia. Nesse momento eu me perguntava porque esse tipo de coisa não poderia acontecer no início? Qualquer dia, mas que pelo menos fosse algo mais certo? Ou melhor, será que isso que aconteceu hoje é certo? Resultará em que?
- Está pensando longe (S/A) ? - perguntou e eu involuntariamente sorri por ele ter me chamado com o meu apelido preferido.
- Acho que sim. - suspirei. - Quem sabe porque amanha eu vou estar de volta em casa. - respondi e vi um suspiro falho vindo dele , juntamente com uma expressão chateada. - Ou até por eu estar me perguntando o porque de você parecer se importar com isso se nós não nos conhecemos há menos de um dia. - dei um sorriso sem graça após relatar o quanto aquilo era um pouco confuso.
- Eu realmente me importo com você. - respondeu ainda olhando para frente. - Pode parecer precipitado, mas é verdade.
- Por que não nos conhecemos antes, por que? - falei encostando a minha cabeça de leve em seu ombro.
- Não tem mesmo como você passar mais uns dias aqui? - perguntou encostando sua cabeça na minha.
- Definitivamente não.
O silêncio reinou novamente naquela hora e juntos viramos os rostos, fazendo os nossos olhares se cruzarem, pela primeira vez naquele dia, só assim eu pude perceber o quanto os seus olhos verde esmeralda eram lindos. Eles encaravam os meus atentamente, me fazendo desviar meu olhar do dele e voltar segundos depois. Suas mãos vagarosamente tocaram a pele do meu rosto fazendo um leve carinho ali, e eu tenho certeza de que se eu não estivesse tão conectada ao seu olhar eu estaria morrendo de vergonha.
Segundos incontáveis por mim depois e os seus lábios macios e levemente rosados tocavam os meus, me fazendo sentir uma corrente elétrica passando por todo o meu corpo, e por mais clichê que isso seja, era sem dúvida o que acontecia naquele momento. Sua mão esquerda logo em seguida também tocou a maçã do meu rosto, fazendo companhia a outra e envolvendo o meu rosto com ambas, as vezes fazendo desenhos aleatórios com os polegares no meu rosto.
Assim que nos separamos o calor do corpo de Harry foi maior quando ele me puxou para um abraço apertado, no qual se tinha motivos o bastante. Os meus braços envolveram o seu pescoço e minha mãos tocaram timidamente a sua nuca, e enquanto eu o abraça um pouco sem jeito ele me abraçava com o maior jeito do mundo.
Ouvi um suspiro seu quando os seus olhos voltaram a encarar os meus. Ele subitamente fitou o meu rosto por alguns segundos e pegou a minha mão, entrelaçando os nossos dedos e virando para frente novamente. Encaramos juntos aquela típica vista que certamente brilharia mais do que as outras lembrança na minha cabeça, disso eu tinha certeza. Não sei se Harry se lembraria desse episódio que poderia ser tão comum aos seus olhos, ou não, realmente eu não sabia ao certo em que isso realmente resultaria. Talvez eu soubesse, pelo menos pela parte óbvia em que eu teria que voltar amanhã para o Brasil e que mesmo que um dia eu voltasse, certamente eu não encontraria Harry. Quem sabe, mas eu não tinha certeza se poderia acreditar no destino a esse ponto.
Observei as luzes mudarem de cor, desta vez ficando azuis e verdes, me arrancando idiotamente um sorriso, tanto por pensar o quando aquilo era uma ironia a ponto de acontecer tudo aquilo nos últimos momentos.
- Eu simplesmente não posso dizer que amo você, mas eu tenho certeza de que por algum motivo eu não vou esquecer isso tão rápido. - sorriu de lado.
- Eu também. - respondi sorrindo juntamente a ele, que me encarou com os olhos brilhando.
Ficamos calados, apenas observando um ao outro na tentativa de gravar cada detalhe do rosto do outro, como se fosse para nunca se esquecer de cada defeito e qualidade que "conhecíamos" um do outro dentre daquelas cinco horas do dia que passamos juntos, o primeiro e o último dia.
Eu encarava a vista da janela do avião que já se encontrava no ar há três horas. Provavelmente a minha família já deveria estar me esperando no aeroporto ansiosos por minha chegada depois de três meses, mesmo estando extremamente cedo para esperarem. De certa forma eu estava feliz, por um lado por estar perto de encontrar novamente os meus pais e amigos, mas não podia negar que um pontinha de tristeza ainda me perturbava. Eu deixara Londres depois de viver as melhores férias da minha vida, da minha forma. Eu e o Harry não havíamos trocado redes sociais, número de telefone e muito menos tirado fotos, o que de certa maneira me deixava aliviada. Afinal, do que adiantaria se estávamos a milhares de quilômetros de distância um do outro em continente diferentes? Eu realmente sentia que tinha feito a coisa certa, e agora se nós quiséssemos recordar os poucos momentos que passamos só nos restava achar dentro de nós mesmos.
Definitivamente eu apenas cheguei a conclusão de que não importa sendo certo ou errado, fazendo bem ou não, mas que o destino sempre vai pregar peças nas pessoas e quando você menos espera acontece. Bem, de qualquer maneira não tinha como voltar atrás, e de alguma forma talvez eu não quisesse, talvez não fosse a melhor escolha. Eu agora voltaria para casa, o meu lugar, e por mais que outras pessoas cruzassem o meu caminho e o de Harry nós nunca nos esqueceríamos daquela tarde, naquele lugar onde nós nos conhecemos, mesmo que não seja da maneira em que esperamos, mas eu sei que todas as vezes que ele for novamente para aquelas sorveteria e quando eu fosse rever o álbum de fotos eu me lembraria, de alguma forma do último dia daquela viagem há Londres e daquele garoto que me pediu para que eu batesse uma foto sua.
Fim
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Olá, esse foi o meu primeiro
Oneshot aqui nesse blog, e eu
não sei se ficou tão bom assim, mas
eu fiz o que pude para ficar com bastante detalhes
e a história ficar legal.
Espero que tenham gostado e não esqueça de comentar e fazer uma autora feliz.
Letícia.
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